
O câncer na infância e adolescência corresponde a um grupo de várias doenças que tem em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.
No Brasil esta é a primeira causa de morte por doença na população infantojuvenil com 12500 diagnósticos ao ano e a boa notícia é que temos taxas de cura média de 70% a 86%, como nas leucemias linfocíticas agudas.
Os tipos mais comuns de tumores são as leucemias, sobretudo dos 2 aos 5 anos, os tumores de sistema nervoso central e os linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin.
Deve-se dar atenção a sinais e sintomas como: dores de cabeça pela manhã e vômitos; caroços no pescoço, virilhas, axilas; dores nas pernas que não passam e atrapalham atividades físicas; manchas arroxeadas na pele ou pintinhas vermelhas; aumento de tamanho da barriga; febres persistentes sem aparente explicação; palidez e falta de energia inexplicáveis; sangramentos freqüentes por nariz, ânus e vias urinárias; perda de peso rápida e excessiva; olho com brilho branco em fotos com flash; aumento excessivo do tamanho dos órgãos sexuais ou aparecimento precoce de características sexuais.
Esses são sintomas semelhantes aos de várias doenças infantis comuns, assim quando estes sintomas não desaparecem em 7 a 10 dias, é preciso voltar ao médico.
O diagnóstico é feito através de estudo de imagem nos tumores sólidos e posterior biópsia ou ressecção cirúrgica completa. Nas leucemias a biópsia de medula e mielograma.
O tratamento, pela sua complexidade, compreende três modalidades principais (quimioterapia, radioterapia e cirurgia), sendo usadas isoladas ou combinadas de acordo com cada tipo tumoral e sua extensão.
O tratamento infantojuvenil tem protocolos específicos e suas respostas são muito rápidas.
Tão importante quanto o tratamento do câncer em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem ter atenção integral, no seu contexto familiar.
A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem estar e na qualidade de vida do paciente e família. Por isso, de preferência, os infantojuvenis devem ser tratados em centros referência para sua idade e condição.
Fontes:
www.inca.gov.br
www.graacc.org.br
www.accamargo.gov.br

Por Simone Felitti
CRM: 94349
Médica e mestre pela universidade São Francisco de Bragança Paulista
Especialista em oncologia clínica pela Santa casa de Limeira.