
É comum pessoas me perguntarem o que faz um terapeuta ocupacional. Normalmente elas perguntam: você brinca com seus pacientes? Ocupa idosos fazendo tricô? Ah, é como se fosse uma fisioterapia ocupacional?
Neste dia que celebramos o “dia da Terapia Ocupacional” gostaria de destacar a importância e relevância deste profissional junto a equipe multidisciplinar e aos pacientes.
De acordo com o CREFITO 3 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) a definição de Terapia Ocupacional é:
Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas que, por razões ligadas à problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais apresentam temporariamente ou definitivamente dificuldade da inserção e participação na vida social.
Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que o terapeuta ocupacional é um profissional que trabalha com pessoas que devido alguma deficiência física, mental, sensorial, visual ou cognitiva apresentam temporariamente ou definitivamente dificuldades para realizar suas atividades do cotidiano, perdendo sua autonomia e independência.
Este profissional tem como principal objetivo habilitar ou reabilitar o indivíduo para desempenhar, de forma satisfatória, suas atividades de vida diária: autocuidado, trabalho, estudo e lazer.
Os principais recursos terapêuticos usados para atingir esses objetivos são as atividades direcionadas. Podemos utilizar exercícios, jogos, música, pintura, artesanato, dentre outras; essas atividades também ajudam na criação, transformação e expressão das pessoas.
Este profissional pode atuar em hospitais, ambulatórios, centros de reabilitação, instituições geriátricas (casas de repouso e asilos), centro de convivências, instituições penais, escolas, serviços de saúde mental (CAPS, oficinas terapêuticas, internações psiquiátricas) e contexto sociais.
Atualmente, as principais áreas de atuação do terapeuta ocupacional no hospital/ambulatório são:
Ortopedia:
Terapia de Mão: reabilitação da função de preensão, coordenação motora fina e orientação quanto a órteses de membro superior.
Neurologia Infantil:
Estimulação no desenvolvimento cognitivo, motor e social.
Estimulação Visual: estimulação da visão residual em crianças com baixa visão, minimizando o impacto que a criança sofre no desenvolvimento.
Intervenção Precoce (bebês e crianças): estimulação para as aquisições motoras, cognitivas e percepto-sensoriais, assim como tipos de brinquedos e brincadeiras adequados para cada faixa etária e de acordo com as habilidades já adquiridas pela criança, de forma personalizada.
Programa de Terapia Sensório-Cognitiva-Motora: movimentação e coordenação motora fina dos membros superiores (como a recuperação da capacidade de escrever); percepção e discriminação das sensações táteis e dos demais aspectos cognitivos que interferem no planejamento e na execução das atividades cotidianas.
Treino de habilidades para promover maior autonomia nas atividades de vida diária (alimentação, vestuário e higiene).
Neurologia adulto
Adaptação do ambiente e/ou acessórios utilizados no dia a dia do paciente, para torná-lo mais autônomo e seguro em sua rotina ocupacional.
Gerontologia
Atuar na reabilitação cognitiva, motora e na reintegração social de idosos.
Psiquiatria
Ajudar no retorno das atividades cotidianas, na reinserção social, autoestima, autonomia e independência.
E para terminar gostaria de parabenizar meus colegas de profissão pelo nosso dia e incentivá-los a não desistirem desta área pouco conhecida pelas pessoas, mas tão relevante.
Ser terapeuta ocupacional é acreditar que todas as pessoas são capazes, independentemente de sua condição. É olhar o ser humano como alguém que se constrói e se transforma pela sua ação significativa, consciente, em um contexto social, histórico e cultural. Ser terapeuta ocupacional é estudar profundamente a ação humana nos diversos momentos da vida e desenvolver estratégias para que cada pessoa possa tomar posse do seu fazer, a partir de seus desejos, expectativas e necessidades.
(Celina Bartallotti – terapeuta ocupacional e doutora em Psicologia da Educação).

Leda Maria Horta Lupori
Terapeuta Ocupacional formada pela PUC – CAMPINAS
Pós-graduada em Reabilitação Aplicada a Neurologia Infantil - UNICAMP
Integração Sensorial